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sábado, 24 de novembro de 2012

Antes, durante e depois

Minha vida, até o dia 18 de agosto de 2012, girava em torno de cachorro, trabalho, filhos, casa e muitas responsabilidades. Eu era uma pessoa "funcional". Resolvia tudo para todos e tentava achar sempre desculpas esfarrapadas para não fazer nada além de "servir", ser útil. Viagens, passeios, nada disso fazia parte do meu cotidiano, me limitava a fazer as coisas que pudessem contemplar e agradar a todos (inclusive e principalmente ao cachorro). Nossa! Que chata funcional.

Era uma mulher igual a muitas que ficam casadas por tempo indeterminado. Tudo é comum de dois, os amigos, as famílias, os aniversários, natais e anos novos e acabam sem saber ao certo até onde podem ir sozinhas. Dependem!!!!! São inseguras e PARAM.

PRELIMINARES
No dia 25 de janeiro minha cadelinha falece de velhice. Foi o primeiro braço que perdi. Sinto falta dela até hoje, fiel companheira.
A partir daí, uma de minhas filhas que mora em Londres, pede para eu agilizar o processo de cidadania italiana que estava em andamento. Para não pensar mais na cadelinha me debruçei nesta empreitada. A partir daí começei a pensar em tirar também a minha cidadania já que eu fazia parte do processo.
Final de maio, documentação pronta, hora da decisão.

IMPREVISTOS - O JOELHO
Para ir "zero bala" para a Europa, resolvi fazer um check up e é aí que entra o joelho. Depois de muitos exames, fiz uma cirurgia de joelho (meniscos, cartilagem, etc) no dia 22 de junho, acreditando no discurso do médico: "você sairá andando da cirurgia" ele só não explicou que era andando de maca e muletas. Conselho meu: fazer check up antes de viajar é legal mas não faça nenhuma intervenção que possa limitar a sua mobilidade, deixe pra depois. Foi aí que perdi uma perna (sentido figurado).

VIAGEM MARCADA e PROVIDÊNCIAS
Antes de decidir ir para Itália, teria que resolver a minha vida pessoal e funcional. Quanto ao marido, ele achou ótimo a ideia de ficar um tempo sozinho. Quanto ao trabalho, pedi minha aposentadoria e fui.
Vôo marcado para dia 18/08, joelho inchado,(já sem um braço e uma perna) arrastando duas malas de 32kg, bagagem de mão e bolsa. LOUCURA!!!!!!! Aprendi: bagagem, só leve o que puder carregar (ditado da minha filha). Por mais tempo que leve a viagem, nada justifica carregar tres calças jeans, 4 havaianas, tres vestidos, oito saias, etc....vou falar sobre esta experiência em outra ocasião.
Nosso destino: PAVIA, comuni italiana que fica a 39km de Milão. Eu estava com a minha outra filha, esta mora no Rio, que iria dar entrada no processo de cidadania na Itália e retornaria para o Brasil. A outra filha, a que mora em Londres, já tinha estado em Pavia e já havia retornado.

Resolvi ficar tres meses na Itália. Isso significava estar sozinha por aproximadamente dois meses. Sem planejamento, sem falar inglês, italiano, espanhol, alemão, ou seja, falando mal e porcamente o português, FUI!!


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